Já faz um tempo que a revista Veja publicou essa
matéria sobre um vestido do estilista Carlos Miele. Achei muito
interessante como informação para os leitores.
Para os padrões do mercado internacional
de produtos de luxo, o vestido longo de chiffon mostrado aqui é praticamente
uma pechincha: custa, no Brasil, 7 290 reais. Para a maioria dos consumidores,
é um preço de lascar. A justificativa da etiqueta salgada começa
numa fábrica de 4 000 metros quadrados em Osasco, na Grande São
Paulo, onde 157 costureiras se debruçam sobre tecidos, linhas e agulhas
para produzir os esvoaçantes modelos de Carlos Miele encontrados pelo mundo.
Cada peça é feita com destino certo, seja ele o mostruário
da loja do estilista em Nova York, uma arara da Browns, em Londres, ou o armário
de uma das várias clientes no Oriente Médio. Estas, com uma peculiaridade:
são das poucas a requerer manequim 44, uma enormidade em roupas do gênero.
Quase tudo é feito a mão, do corte do tecido ao amassado do busto
e aos detalhes decorativos. O modelo aqui mostrado, que atende pelo número
6230386, demora três dias para ser confeccionado, do corte à aplicação
da flor. "O luxo é um artesanato de alta qualidade", descreve Miele.
Fotos Roberto Setton
1. Todas as estampas são exclusivas
e os tecidos mais caros ficam trancados em um armário. Como sobras não
podem ser devolvidas (para que não sejam usadas por outras marcas), as
encomendas são rigorosamente calculadas. Cada parte do molde tem de ser
cortada no tamanho exato. Um picote aqui e outro ali são marcações
para facilitar a montagem da roupa.
![]() | 2. Seguindo as marcações, o corpete é construído no manequim do tamanho encomendado antes de ser costurado a máquina. |

3. Cada babado é debruado com um tecido
especial, no tom do vestido.
4.
As camadas da saia são montadas no corpete, a mão, e depois passadas
na máquina. Avesso e direito do tecido são iguais, pois ambos aparecem
quando a roupa está em movimento.
5. Para criar a aparência do franzido
no busto, o tecido é molhado, torcido e colocado na máquina de secar.
Alfinetes marcam as preguinhas resultantes. Depois, cada alfinete é substituído
por um pontinho feito com linha especial, mais fina que a comum.
6.
A flor que decora a saia é montada pétala por pétala, cada
uma com um debrum próprio.
7. A flor é costurada no vestido.
8.
Por fim, são cortadas as sobras de linha.
9. A costureira passa e revisa a peça.
Se necessário, uma modelo prova o vestido para checar se o caimento está
perfeito.
10. Quando tudo estiver pronto e aprovado,
a roupa passa ao setor de embalagem, onde é envolvida em papel de seda,
etiquetada, colocada em uma caixa, pesada e, por fim, despachada.
Bel Moherdaui
Gostei muito dessa postagem, muito interessante esse processo.
ResponderExcluirBela postagem, é sempre muito inspirador e curioso todo esse processo
ResponderExcluirMuito legal mesmo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa, seu blogger é muito bacana Parabéns.
ResponderExcluirO mundo da modelagem é incrível, estudo sempre para um dia poder desfrutar com precisão dessa arte.
Tem algum livro sobre Moulagem que você poderia indicar?
Tudo de bom para você.
Carla,
ResponderExcluirInfelizmente não tenho literatura sobre moulage. No livro SAIAS tem 5 páginas de como fazer uma saia no moulage.
Bjs
Bjs
Sonia Duarte
Obrigada Cléo!
ResponderExcluirGostei muito desse modelo e a dica é sensacional
ResponderExcluireu fico impressionada em descobrir finalmente como se faz um vestido com essa tecnica....TINHA MESMO CURIOSIDADE....SÓ NESTE BLOG VEJO ISSO...GOSTEI
ResponderExcluirLola,
ResponderExcluirAdorei saber que o blog te atende.
Bjs
Sonia Duarte
Eu tenho este encarte da revista veja e por incrível que pareça , como autodidata que sou, mudei todo o meu conceito de drapeado e nunca mais deixei de seguir as dicas do Miele.
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